Bullying

BULLYING

 

         

 

v A violência escolar tem sido alvo de uma preocupação crescente, verificando-se um grande aumento da investigação sobre o tema, nomeadamente sobre um tipo específico de violência escolar denominado por bullying.

 

v   Este fenómeno que assume varias formas e graus de gravidade tem vindo a aumentar e Portugal apresenta taxas muito elevadas no que respeita a esta problemática.

Bullying, o que é?

 

 

Consiste numa acção em que um ou mais indivíduos agridem física, verbal ou emocionalmente outro. O fenómeno compreende todas as atitudes agressivas, intimidação física e psicológica, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação evidente. Tais actos são adoptadas por um ou mais estudantes contra outro, cuja intenção é provocar mal-estar, causando dor e angústia, dominar socialmente e fisicamente o outro e demonstrar poder perante determinado grupo social.

 

Principais tipos de Bullying

·         Físico (bater, pontapear, beliscar, ferir, empurrar, agredir)

·         Verbal (apelidos, gozar, insultar)

·         Moral (difamar, caluniar, discriminar, tiranizar)

·         Sexual (abusar, assediar, insinuar, violar sexualmente)

·         Psicológico (intimidar, ameaçar, perseguir, ignorar, aterrorizar, excluir, humilhar)

·         Material (roubar, destruir pertences materiais e pessoais)

·         Virtual (insultar, discriminar, difamar, humilhar, ofender por meio da Internet e telemóveis)

 

É um sistema complexo:

 

   Bully - Este (agressor) é visto como sendo mais forte do que a sua vítima, podendo inclusivamente, manifestar problemas graves na idade adulta.

 

   Vítimas - Regra geral, destacam-se por aspectos que marcam a diferença por qualquer motivo, podendo ser um aspecto físico, maneira de ser de vestir ou mesmo deficiência, ou até mesmo ser crianças talentosas ou populares ou ainda com pais muito dominadores ou protectores. As vítimas podem ser passivas, ansiosas e inseguras ou provocadoras, facilmente irritáveis e irrequietas.

  

   Contudo sentem-se tristes, mal consigo próprias e assustadas, com auto-estima muito baixa e sozinhas. Correndo o risco de sofrer de depressões graves, ansiedade, manifestarem problemas na escola, dores de cabeça, dores de estômago, ou outros sintomas físicos ou até mais graves, chegando, algumas delas a cometer o suicídio quando encarado como a única saída.

  

   Testemunhas - Acabam, por se sentir assustadas ou ansiosas, podendo também desenvolver sintomas anormais, pelo que, um ambiente em que as crianças se preocupam com “quem vai ser o próximo” é aterrorizador e doloroso.

 

 

   Este fenómeno tende a ser efectuado, maioritariamente longe dos olhares de adultos ou feito de modo a que ninguém se aperceba do sucedido. As vítimas acabam por ficar no silêncio, uma vez que sentem receio de sofrer retaliações, pensam que ninguém as pode nem consegue ajudar e sentem vergonha.

 

 

Existem certos comportamentos que podem ser indicadores deste fenómeno:

 

- Baixo rendimentos escolares

- Evitamento social/isolamento

- Comportamentos agressivos

- Intolerância relativamente a diferenças e atitudes preconceituosas

- Aproximação de grupos marginais e violentos, como forma de refúgio e reforço

- Comportamentos negativos nas escolas

- Expressão de violência através de textos escritos, desenhos ou quaisquer outras formas de expressão, de forma continuada.

 

 

 

Conhecer e Reconhecer esta problemática está ao alcance de todos e um factor essencial.

 

       Crianças, jovens e adultos podem beneficiar de ajuda. Desta forma para que seja combatido e prevenido deve ser conhecido e reconhecido. É importante Consciencializar o público em geral para um problema que é vivido por um elevado número de crianças e jovens no nosso país. Em particular alertar pais e educadores para a necessidade de estarem atentos e falarem com as crianças e jovens sobre esta questão, e os jovens para a necessidade de procurarem apoio caso se confrontem ou vivenciem tal situação.

 

       

     No que concerne à escola, esta tem um papel essencial. Devido às consequências e efeitos negativos deste fenómeno é de extrema importância que as escolas não neguem que o problema existe. Devem ainda ser capacitados para diagnosticar, intervir e preveni-la ou até disponibilizar espaços para que as crianças possam falar das suas emoções e sentimentos, que discutam, reflictam, para as diversas situações da vida.

    

Quanto aos pais, perante situações em que as escolas ignorem questões de bullying ou não promovam  a implementação de medidas que visem a solução do problema, sentem-se revoltados  devido ao sofrimento a que os seus filhos estão submetidos, impotentes e incapacitados para os ajudar. A procura de soluções parece não ter efeitos imediatos no entanto, denunciar é o primeiro passo para que sejam repostos  os direitos da criança, se faça justiça mas também para que situações futuras sejam evitadas.

       

      O Bullying não é um fenómeno novo, mas sim, um problema actual que só poderá ser combatido e prevenido quando for conhecido e reconhecido. As marcas do Bullying não se esbatem com o passar dos anos, podendo os danos provocados deixar marcas difíceis de apagar, depressões, traumas, tendência para se tornarem violentos, medo de expressões e emoções, problemas de relacionamento, problemas de ansiedade, gástricos, perda de auto-estima, dores não especificas, abuso de drogas, auto-mutilação e até pode levar ao suicídio. Muitos adultos continuam a recordar-se da altura em que foram vítimas mantendo-se essas imagens presentemente vívidas e esses episódios dolorosos.