Mendicidade

Quantas vezes passamos na rua e vemos um sem-abrigo e perante este mostramos a nossa indiferença?
É-nos tão difícil aceitar a realidade que vemos no dia-a-dia e por vezes pensamos que ao ignorarmos o problema ele passa a culpa para outra pessoa.

Quem são responsáveis és tu, sou eu, somos nós?
Mais tolerância e ajuda, menos descriminação e preconceito é um começo mas ficamos por ai?

Eles erram nas suas vidas mas quem não erra?

 

 

Os sem-abrigo nos espaços públicos, nos seus percursos, parecem dirigir-se para lado nenhum, nunca fazer nada, ou servir ninguém.

Por isso, tornam-se aos olhos da maioria um objecto estranho.

 

Os sem-abrigo não podem continuar a ser considerados como um "corpo estranho no caminho", que está ali por acaso, pois também são pessoas e tem os seus direitos, aliás, uma realidade que temos frequentemente tendência a esquecer.

Eles tem o direito de utilizar os espaços públicos, de deambular nas ruas, de se sentarem nos parques ou de se sentar tranquilamente num estabelecimento para tomar um café.

 

Mas quer isto dizer que não há soluções? Que a única coisa a fazer é a aceitação das coisas tal como estão?! Não, claro que não, mas por que não começar por respeitar um pouco mais as pessoas "marginais"?

 

Por que não nos aproximarmos, fazendo-as sentir que as consideramos mais do que um corpo vazio e sem sentido?

 

Por que não começarmos a tratá-las como alguém que pertence à mesma sociedade, que não é uma ameaça ambulante que deve ser permanentemente punida e controlada socialmente?

 

 Porque não?