As Deficiências
A palavra “deficiência”, esta associada a anomalia de uma estrutura ou função psicologia, fisiologia ou anatómica.
Porém, um “deficiente”, tem vários problemas de funcionamento com bastantes dificuldades a nível de locomoção, percepção, pensamento ou relação social. Com isto não se deve utilizar esta palavra, pois pode ferir uma pessoa portadora de tal anomalia, assim, deve-se dizer “pessoa especial”.
Existem vários tipos de deficiência que se agrupam em quatro conjuntos:
· Deficiência Visual
· Deficiência Motora
· Deficiência Mental
· Deficiência Auditiva
Deficiência Visual
A deficiência visual está associada à perda ou redução de capacidades visuais nos olhos, assima pode-se distinguir os portadores de cegueira e os de visão subnormal.
Causas da Deficiência Visual
• Congénitas: amaurose congénita de Leber, malformações oculares, glaucoma congénito, catarata congénita.
• Adquiridas: traumas oculares, catarata, degeneração senil de mácula, glaucoma, alterações relacionadas à hipertensão arterial ou diabetes.
Como identificar?
• Desvio de um dos olhos
• Não seguimento visual de objectos
• Não reconhecimento visual de pessoas ou objecto
• Baixo aproveitamento escolar
• Atraso de desenvolvimento
Um aluno deficiente visual e as suas características:
Uma criança deficiente visual necessita de professores com especialização, adaptação curricular e materiais que estejam de acordo ao seu ensino, para assim ajudá-la a desenvolver as suas capacidades.
Este tipo de alunos não constitui um grupo homogéneo.
Os alunos com esta deficiência têm uma ampla variedade de perdas que se podem manifestar em diferentes graus de acuidade visual.
Adaptações educacionais para os Deficientes Visuais
• A educação da criança deficiente visual pode se desenvolver através de diferentes programas, desenvolvidos em classes especiais ou na classe comum, tendo assim um maior apoio de um professor especializado.
• As crianças necessitam de uma boa educação geral, remetendo a um tipo de educação compatível com seus requisitos especiais, fazendo, ou não, uso de materiais ou equipamentos de apoio às suas necessidades educativas.
• A educação de uma criança deficiente visual necessita de professores especializados nesta área, tendo métodos e técnicas específicas de trabalho e,principalmente, instalações e equipamentos especiais, bem como algumas adaptações ou adições curriculares.
• A tendência actual da educação especial é manter nas escolas comuns um maior número possível de crianças com necessidades educativas especiais.
• Cabe à sociedade a responsabilidade de promover os auxílios necessários para que a criança tenha capacidades e possa integrar-se num grupo social.
Princípios da Educação do Deficiente Visual:
· Individualização
· Concretização
· Ensino Unificado
· Estímulo Adicional
· Auto-Actividade
Estimulação dos sentidos:
· Estimulação visual
· Estimulação do tacto
· Estimulação auditiva
· Estimulação do olfacto e do paladar.
Orientação e Movimento da criança com Deficiência Visual no Espaço:
As técnicas mais utilizadas são:
· Guia normovisual
· Uso da bengala
· Cão Guia
· Entre outros
Deficiência Motora
A deficiência motora, está associada a uma disfunção física ou motora, na medida em que poderá ser de carácter congénito ou adquirido. Pode decorrer de lesões neurológicas, neuromusculares, ortopédicas e ainda de má formação. Sendo assim, esta disfunção ira afectar o indivíduo na mobilidade (coordenação motora ou a fala).
Quem pode ser considerado deficiente motor?
Considera-se deficiente motor o indivíduo que apresenta carácter permanente, ao nível dos membros superiores ou inferiores, de grau igual ou superior a 60% (avaliada pela Tabela Nacional de Incapacidades, aprovada pelo decreto de lei nº 341/93, 30 de Setembro).
Também existe o caso de portadores de multideficiência profunda que são aqueles que têm uma deficiência motora de carácter permanente, ao nível dos membros inferiores ou superiores, de grau igual ou superior a 60%, e que contenha, cumulativamente, deficiência sensorial, intelectual ou visual de carácter permanente, daí, resultando um grau de desvalorização superior a 90% e que, deste modo, esteja comprovadamente impedida de conduzir veículos automóveis.
Quais as causas da Deficiência Motora?
· Acidentes de trânsito
· Acidentes de trabalho
· Erros médicos
· Problemas durante o parto
· Violência
· Desnutrição
· Entre outros
Quais os vários tipos de Deficiência Motora?
· Monoplegia: paralisia em um membro do corpo
· Hemiplegia: paralisia na metade do corpo
· Paraplegia: paralisia da cintura para baixo
· Tetraplegia: paralisia do pescoço para baixo
· Amputação: falta de um membro do corpo
Um aluno portador de deficiência motora e a escola:
A escola é muito importante para qualquer criança, mas é mais importante, ainda, para uma criança portadora de necessidades especiais. É na escola que a criança aos poucos adquire confiança em si mesma.
· Deverá ocupar um lugar relativamente próximo do professor
· Aqueles que necessitem de usar cadeira de rodas devem ter mesas adaptadas, mais alta do que a dos colegas
· A incontinência é um dos obstáculos mais desagradáveis, o professor deverá estar a par do problema e explicar aos outros alunos a situação
· Deve-se ter em atenção ao horário de saída deste tipo de alunos para que não aconteçam situações desagradáveis.
O papel do Professor:
· Especialização por parte do professor
· Pesquisa intensiva
· Inter-ajuda entre pais e professores
· Ajudar na relação entre os alunos
· Esclarecimento do problema do aluno
· Estimular o aluno
Deficiência Mental
A deficiência mental, esta associada a um problema que ocorre no cérebro que leva a um baixo rendimento, na medida em que não afecta as outras partes do corpo ou áreas cerebrais.
Quem pode ser considerado deficiente mental?
O deficiente mental será o indivíduo que tem uma maior ou menor dificuldade em seguir o processo regular de aprendizagem e que, por isso, tem necessidades educativas especiais, ou seja, necessita de apoios e adaptações curriculares que lhe permitam seguir o processo regular de ensino. Assim, existem diferentes correntes para determinar o grau da deficiência, pois são técnicas psicométricas que mais se impõem, utilizando o QI para a classificação desse grau.
Intervenção Pedagógica
No desenvolvimento da pessoa deficiente mental, damo-nos conta de várias dificuldades:
· Psicomotoras
· Sensoriais
· Nas relações sociais
· De autonomia
· De linguagem
Um aluno deficiente mental e as suas características:
A educação na escola deve investir principalmente no desenvolvimento de todas as suas potências, com o objectivo de a preparar para enfrentar sozinha o mundo em que esta vive.
Com isto devemos favorecer-lhe actividades que a ajudem a adquirir essas capacidades necessárias para se desenvolver:
· Sociabilização
· Independência
· Destreza
· Domínio do corpo
· Capacidade perceptiva
· Capacidade de representação mental
· Linguagem
· Afectividade
Deficiência Auditiva
A deficiência auditiva está associada a uma perda parcial ou total da capacidade de ouvir, isto é, um indivíduo que apresenta um problema auditivo.
É considerado surdo aquele cuja audição não funciona no dia-a-dia e é considerado parcialmente surdo aquele cuja capacidade de ouvir, dado que a deficiência é funcional, vive com ou sem prótese auditiva.
A deficiência auditiva é uma das deficiências contempladas e integradas nas necessidades educativas especiais, pelas quais a escola tanto proclama.
A perda de audição condutiva afecta, na maior parte das vezes, todas as frequências de som, mas não se verifica uma perda de audição severa. Este tipo de perda pode ser causado por doenças ou obstruções existentes no ouvido externo ou interno. A surdez condutiva pode ter origem de uma lesão da caixa do tímpano ou do ouvido médio.
Nos adultos a perda de audição condutiva é devido ao depósito de cera no canal auditivo externo. Já nas crianças, a otite média, uma inflamação do ouvido médio, é a causa mais comum de perda de audição condutiva.
Tipos de deficiência auditiva:
· Deficiência Auditiva Condutiva
· Deficiência Auditiva Sensório-Neural
· Deficiência Auditiva Mista
· Deficiência Auditiva Central / Disfunção Auditiva Central / Surdez Central
· Deficiência Auditiva Condutiva
Graus de surdez:
· Leve – entre 20 e 40 dB
· Média – entre 40 e 70 dB
· Severa – entre 70 e 90 dB
· Profunda – mais de 90 dB
· 1º Grau: 90 dB
· 2º Grau: entre 90 e 100 dB
· 3º Grau: mais de 100 dB
Como minimizar o problema da deficiência auditiva?
Os progressos tecnológicos têm sido muito úteis para as pessoas que apresentam falhas auditivas. Mas, quanto mais cedo começar os tratamentos, melhores serão os resultados, pois a estimulação do cérebro quanto mais cedo for iniciada, mais hipóteses terá de se desenvolver.
Para diminuir este problema, as pessoas podem recorrer a dois métodos:
· Métodos oralista
· Método gestualista
Ou ainda:
· Próteses auditivas
· Equipamentos autónomos de amplificação por frequência modulada