Gravidez

Gravidez na Adolescência

 

Uma gravidez na adolescência implica um duplo esforço para a jovem adolescente.

O que significa uma gravidez na adolescência?


A adolescência assume-se como um importante período da vida, que corresponde a diferentes tomadas de posição sentidas ao nível social, familiar e também sexual. A puberdade marca o início da vida reprodutiva de rapazes e raparigas, sendo caracterizada por mudanças fisiológicas e psicológicas. Uma gravidez na adolescência implica um duplo esforço de adaptação fisiológica e uma conciliação de duas realidades que convergem num único momento: estar grávida e ser adolescente.

 

 

Quais são as principais queixas apresentadas pela jovem grávida? 

 

ú  Dificuldade na relação com os pais: desapontamento, culpas e acusações poderão ocorrer aquando da chegada da notícia;

 ú  Dificuldade na relação consigo própria, na integração da gravidez e da expectativa da maternidade nos seus projectos e interesses de adolescente;

ú  Receio de possíveis alterações no relacionamento com o seu namorado;

ú  Dificuldade em conseguir gerir a relação com o seu grupo de amigos;

ú  Dificuldade em encontrar um espaço onde se sinta confortável para falar sobre os seus medos e dúvidas face à situação vivida.

               

                É fundamental para a adolescente grávida o apoio do mundo adulto para lidar melhor com esta nova situação. Se a família da adolescente grávida for capaz de abranger o acontecimento com serenidade, respeito e se dispuser a ajudar, a gravidez tem maior probabilidade de progredir normalmente com menos transtornos. Havendo rejeição, conflitos, incompreensão e punições, a adolescente se sente sozinha nesta experiência difícil e desconhecida, preferindo o risco do aborto ou abandonar a casa, do que permanecer a mercê daquele ambiente hostil.

 

 

 

 

 

 

A Gravidez e o Desemprego

 

                São cada vez mais as grávidas ou recém-mamãs a sofrer discriminação no mercado de trabalho. De ano para ano, a Inspecção-Geral do Trabalho (IGT) tem instaurado mais processos de contra-ordenação e os autos de advertência aos empregadores são sempre mais do que muitos.

                Os empregadores não admitem que despedem trabalhadoras grávidas por esse facto, não admitem recorrer a práticas discriminatórias. O que normalmente acontece é invocarem comportamentos da trabalhadora que a lei tipifica como infracções disciplinares: desobediência ilegítima a ordens, provocação de conflitos, desinteresse ou falta de diligência no desempenho das suas tarefas. Em casos de contratações a termo certo, o mais habitual é a não renovação do contracto, justificando com a desnecessidade de manter a trabalhadora, alegando que o trabalho na empresa diminuiu.

                Por vezes, para afastar as trabalhadoras grávidas sem arranjarem problemas com a lei mudarem-lhes o local de trabalho para bem longe, numa tentativa óbvia de pressionarem as trabalhadoras a desistirem. O que acontece na maior parte das vezes. Acabam por desistir porque não aguentam a pressão.

 

A pergunta proibida por lei, mas quase obrigatória em entrevistas de emprego:

 

Muitas vezes, a discriminação às mulheres trabalhadoras começa logo na entrevista de emprego. A maior parte dos empregadores faz uma pergunta que é proibida por lei: "Está ou pensa vir a estar grávida nos próximos tempos?". A partir do momento em que respondem, a possibilidade de conseguir esse emprego está comprometida.

«A lei acaba por não proteger as trabalhadoras e muitos empregadores escolhem mesmo pagar multas à IGT e continuar a discriminar»