Prostituição

 

EXISTIRÃO TIPOS DE PROSTITUIÇÃO SOCIALMENTE ACEITES?

Mostrar as partes íntimas a troco de dinheiro é considerado prostituição. Porque não são as modelos ou as actrizes consideradas prostitutas? Quem é a mulher que casa por dinheiro?

 

Numa acepção lata, prostituição poderia englobar todos os tipos de práticas sexuais instrumentais em que os seres humanos, em troca de alguma vantagem material, disponibilizam o seu corpo para deleite sexual de outra pessoa.

 

 

Prostituição, rigorosamente e em sentido restrito, implica não apenas o interesse mas também um elemento mercantil ou transacção de mercadoria: pela parte da oferta, venda ou aluguer habitual do próprio corpo em troca de remuneração material, designadamente monetária, e, pelo lado da procura, compra ou (ab)uso do corpo de outra pessoa, a troco de dinheiro, exclusivamente para satisfação ou prazer sexual.

 

 

A prostituição na adolescência é um problema ao qual ninguém fica indiferente. Algumas vezes, no contexto escolar é expresso o receio, sobretudo por professores e auxiliares de acção educativa, de que esta ou aquela jovem enveredem por esta actividade, uma vez que facilmente se envolvem fisicamente com um número significativo de colegas.

 

 

Mas, o que leva as adolescentes a sentirem-se atraídas por uma actividade como esta? Será por gostarem de sexo? Ou será com o objectivo de obter dinheiro de uma forma "fácil"? Na verdade, na maior parte dos casos, as jovens são arrastadas para a prostituição por um adulto que conhece bem as suas necessidades psicológicas. São geralmente provenientes de famílias marcadas pela brutalidade e instabilidade, que apresentam relações débeis e um padrão de desmembramento muito elevado. A integração destas jovens em contextos familiares muito fragilizados contribui fortemente para que as suas necessidades de carinho e afecto não sejam devidamente satisfeitas, sentindo uma necessidade muito forte de dependerem de alguém. Estas jovens têm geralmente uma auto-estima pobre, falta de autoconfiança e frequentemente estão num processo de fuga de casa.

 

 

Na maior parte das vezes, mediante uma abordagem romântica e a oferta de presentes vistosos, o homem convence a adolescente de que lhe pode dar a protecção, a segurança e o amor de que ela necessita. Na sequência da relação estabelecida, este ensina-a executar actos de sexo e esta rapidamente se disponibiliza a trabalhar para ele. Para estas adolescentes, socialmente imaturas e de certa forma ingénuas, a atenção, os presentes e o amor ilusório oferecidos por estes homens tornam-se verdadeiramente irresistíveis. Leva-as a sentirem-se amadas, sentimento que não vivenciaram no seu contexto familiar de origem.

 

 

    Os anos passam e estas adolescentes tornam-se mulheres e só mais tarde, quando o homem deixa de lhe dar o falso amor de que tanto necessitava, já é tarde para sair da vida para que foram levadas. E o que é que a sociedade faz por elas? Discrimina-as, despreza-as, olha-as de lado, coloca-as à margem, humilha-as… Mulheres que são constantemente abusadas, tratadas como lixo, meros objectos sexuais!

        As mulheres que se prostituem são excluídas da vida pública, sem direito e condições de trabalho minimamente humanas. São esquecidas!

      Não podemos esquecer que a mesma sociedade que recrimina a prostituição é aquela que, muitas vezes, não proporciona uma condição melhor para que isso se torne uma actividade pouco procurada pelas jovens de nossa sociedade, dando-lhes melhores condições para que esta escolha de vida se torne cada vez menor. Devemos todos nós tentar traze-las de volta para o seio da sociedade que as jogou na lama, e que tem o dever de limpar as marcas de seus sofrimentos e das suas dores.